Mãe sofre ;)

 

Está uma pessoa de dieta a fazer um esforço para não recuperar os kg que foram tão difíceis de perder quando o santo do meu filho me diz :
-“mãeeeeeeeeee podias fazer o bolo de chocolate já não fazes à tanto tempo”
Grrr a sério ninguém merece e não é por fazer o bolo mas sim porque claro também vou comer…
Estou a rezar para que os amigos dele apareçam  o mais depressa cá em casa para acabar com aquilo de uma vez por todas. Já bebi um litro de chá para perder a gula, mas qual quê. Enquanto o souber no balcão da cozinha, a coisa fica difícil.

Ausência

 

Aqui fica a razão da minha ausência,precisei de me reciclar muita coisa aconteceu umas boas outras menos boas mas haja saúde e tudo se supera e claro os amigos aqueles com A bem grande que são poucos mas muito, muito valiosos e que eu tenho o privilégio de ter.

Já nem sei quando foi ao certo a ultima vez que estive aqui mas resumindo, houve grandes alterações a nível de trabalho grande parte delas criadas pela crise que o nosso país está sofrendo , mas pelo caminho lá me encontrei e acho que agora estou no bom caminho.

Fui tia novamente de uma menina linda a minha flor nasceu dia 30 de Agosto a nossa Gabriela é um amor de calminha e veio fazer companhia ao mano Salvador ;).

Mas o meu filho também sofreu uma perda e por tabela também eu, faleceu o pai dele meu ex marido, foi um choque…andei meia à deriva pois tinha que o apoiar a ele e é algo que nunca se sabe , custa ver um filho sofrer e nada poder fazer. Mas já passou e a vida continua faz parte e por muito que seja doloroso cada um vai no seu tempo e apesar de ser ex só guardava as boas lembranças pois sou assim o que não gosto filtro e reciclo não gosto de viver de passado .

Fora isso o verão foi tranquilo e entre amigos a quem cada vez dou mais valor pois são o bem mais precioso que podemos ter . Amiga de infância, amiga irmã, amigo homem, amigos virtuais, amigos inteligentes, amigos engraçados, amigos que não cobram, que não são rancorosos, amigos gentis, amigos que mantêm-se amigos na distância e no silêncio, todos eles ajudam a formar nossa identidade e a nos sentir protegidos nesta sociedade cada vez mais bruta e individualista..

brincar é urgente!

A propósito do Dia Mundial da Criança, li este artigo do pedriata Mário Cordeiro. As crianças são, sem sombra de dúvida, cavalos de corrida… e digo isto com conhecimento de causa, que as minhas andam sempre a toque de caixa, tal é a pressa que eu tenho constantemente. É uma coisa que vou mesmo ter de alterar no próximo ano lectivo, que neste já não vou a tempo…

“É bom pensarmos que o descanso, o lazer, o não fazer nada nem saber o que se vai fazer nos próximos minutos faz parte do ser humano e é uma condição para o aprender.”

há dias….

Há dias em que me pergunto como é que consigo lutar em tantas frentes.
Como é possível ainda não ter desistido, ter mandado um chuto a tudo?
Como é possível sair de uma, [ ainda] estou a levantar-me e toma lá outra para não te habituares mal.
É incrível, mas não vergo. Não vergo mesmo. Isto deve ter a ver com barro com que fui  feita.
Correctas, mas lixada. Eu até diria mais, mas vou ficar calada.*
* sei que é um post assim a modos que auto-elogioso, que [ até ] fica mal. Mas, preciso de desabafar isto.

“o meu marido até ajuda muito” ahahah

Não é a primeira vez, infelizmente bem pelo contrário, que me deparo com uma situação que para mim não é nada correcta.

Vou tentar explicar: gente da minha geração, finais dos 30, início dos 40, formada, interventiva na comunidade, com bons valores morais (supostamente!) que, na realidade, se comporta como tipicos homens e mulheres tradicionais e retrógados. Se calhar é melhor exemplificar: em situações de convívio, quem toma conta das crianças são as mães. Os pais sentam-se, em alta cavaqueira, em frente a um jogo de futebol ou não, com os seus whiskies à frente. As mulheres mudam as fraldas, dão o colo, adormecem e dão de comer. Os pais conversam, as mulheres conversam. Os pais relaxam, as mulheres são mulheres, tomam conta. Os homens sentados a comer e as mulheres a pôr a mesa, a servir a comida, a dar de comer à criançada, a levantar a loiça e a arrumar a cozinha e, no fim, a comer, sentadas onde houver lugar, ou então em pé, porque não??

Eu, que sou absolutamente democrática, tarefas iguais para ambos, fico com o estômago às voltas quando me deparo com uma situação dessas.

Sei que ainda hoje a responsabilidade da lida da casa e da criançada é da mulher (a sociedade ainda tem muito que crescer!), mas não deixa de me incomodar imenso ver estas situações, parece que voltamos ao tempo da pré-história, em que os homens de reuniam para a luta, para o trabalho ou para o lazer e as mulheres ficavam em casa a tratar de tudo.  Claro que não eram, assim como não são agora, minimamente valorizadas, afinal, não só fazem a sua obrigação, como ela nem sequer é considerada trabalho.

Acho um piadão quando ouço qualquer coisa do género: “O meu marido ajuda imenso em casa, é fantástico!” Mas que canudo, ajuda?? AJUDA??? Mas ajuda porquê? Não deveria antes dividir? E se fosse a mulher a ajudar? Caía o Carmo e a Trindade?

É verdade, fico chocada, com este machismo que ainda hoje se vê, muito mais regularmente do que eu gostaria. A questão é: de quem é a culpa, deles… ou delas??

Amor em tempos de stress

Ainda a propósito do que é o amor…

“Sempre que namoramos mais um bocadinho, casamo-nos mais um pouco e sempre que deixamos de namorar, divorciamo-nos em suaves prestações”.

Eduardo Sá

Hoje em dia as corridas são tantas, os stresses, contra o tempo, os afazeres do emprego, as lufa-lufas da casa… É o levar os miúdos para a escola, é o transito até às actividades do final do dia, são os encontrões entre o frigorífico e o fogão, numa desesperada tentativa de encontrar algo para cozinhar e pôr na mesa em meia hora, enquanto os banhos rápidos se despacham a uma velocidade superior à da luz (por vezes tenho de pôr a mão no cabelo do meu Calimero para ter a certeza de que o lavou), é o preparar os lanches para o dia seguinte, as roupas… ufa! É tudo isso e mais o que se mete no caminho. E é aí, nesssas pressas, que perdemos esse hábito tão precioso: namorar.

Deixamos de namorar os filhos, o marido, a mulher, a casa, o emprego, deixamos de acarinhar aquilo porque respiramos, dia após dia. O emprego não, não vou tão longe! Mas gosto de pensar que trabalho por prazer, muito embora esse, nos últimos tempos, tenha diminuido drasticamente (ver posts anteriores, provavelmente os que estão com o tag de coisas chatas). Enfim, esquecemo-nos do que é mais importante. Se calhar até nos lembramos, mas pensamos: “agora não, tenho mil coisas para fazer…” E onde fica aquela história que prometemos há tanto tempo? Onde fica o acordar carinhoso de beijinhos na bochecha com que sonhámos durante 9 meses? Onde fica a tagarelice do final do dia, quando a casa está em repouso, o companheirismo..?

É nas alturas de maior stress que devemos parar e olhar para o lado, para quem nos acompanha nesta viagem tão única, porque é por eles que todos os dias sacrificamos o que de mais importante temos: o seu amor.

 

Salvador Dali

 

 

a segunda-feira, o tempo e a maternidade

Que medo! Amanhã já é segunda e o fim de semana passou a correr. Sinto que preciso de outro!! Já a seguir, claro!

Mais uma semana que vai passar a correr. É impressionante a forma como o tempo voa. Os filhos crescem, dexam de andar ao colo, mas nem por isso deixam de gostar de miminhos :) Aquela sensação maravilhosa de ter uns bracinhos a envolver-nos o pescoço, uma carinha encostada à nossa… Não há, no mundo, melhor coisa que essa.

A vantagem desse tempo fugidio é que as coisas más também passam depressa. Apenas temos de sobreviver até que elas passem. Inspirar fundo, suster a respiração e pronto, já passou.

Esta semana a minha filha fez uma maratona para estudar para os 4 testes que tinha, já depois de, na semana passada, ter esdudado para 3. Reconheço que fez um esforço enorme, a estudar horas a fio. Disse-lhe que a melhor forma de as coisas não terem de ser tão sufocantes era estudar todos os dias um pouco. Depois não custaria tanto. Se puxar bem pela memória, devo ser capaz de me lembrar da minha Mãe a dizer-me exactamente o mesmo, ano após ano. O engraçado é que, por mais que se diga, se tente ajudar, nós temos de dar as nossas próprias cabeçadas. Eu dei-as, e muitas! A minha filha também as dará, mesmo que eu lhe mostre a parede contra a qual se vai espetar. Não adianta… Mas isso é humano, não é?

Por mais que uma Mão sofra ao ver as cabeçadas dos filhos, por mais que as tente evitar, a única coisa que pode fazer é ficar à espera e estar presente na hora de fazer o curativo. Felizmente tenho uns filhos fantásticos, mas onde estaria o meu realismo se achasse que eles são perfeitos? :))) Que sejam felizes, é o mais importante. E que se lembrem que a vida é feita de muitas batalhas, que não depende apenas de uma.

 

 

A vontade do regresso

Este texto que vou partilhar não é meu mas achei muito bom além de bonito…

 

«Há muitas mulheres que dizem que o facto de terem sido mães, não as
modificou nem um bocadinho. Eu não faço parte desse grupo de mulheres,
pois, feliz, ou infelizmente, não sou impermeável às coisas que me
sucedem.

E os filhos sucedem-nos, sim. Acontecem-nos. Inexoravelmente. Para
sempre. Não é suposto amarmos assim. Não é suposto o nosso coração
bater para insuflar vida para além da nossa, mas ele passa a bater por
eles, porque a vida deles acontece na nossa e assim será até ao fim.

Enquanto o nosso coração bater, eles estarão vivos. Por isso, não é
suposto que deixem de viver antes de nós, porque nos descompassam o
coração, porque ele baterá sempre as vezes necessárias para nós e para
eles, só que eles já não estão mais aqui e o coração cansa-se.

Cansa-se, porque bate por muitas vidas, cego, obediente, instintivo,
mas não os respira mais, não os sente, não ouve a sua voz, o som dos
seus passos e passa a bater desesperado e sem recompensa. A imagem
daquele amor que nasce pequenino e cresce ao longo de uma vida inteira
e que é só nosso, não o larga. A imagem do colo, do filho menino, da
mão, do quente do seu corpo, dos sussurros, do sono, das conquistas,
do filho crescido, dos amores, dos sonhos não morre nunca dentro da
mãe que lhe sobrevive.

Desde que fui mãe, quando oiço falar de um filho que partiu antes do
seu tempo, penso na sua mãe e choro com ela.»

Há programas…

Não sou grande fã de tv , mas a verdade é que acaba por nos fazer companhia e existem programas
fabulosos dos quais sou verdadeira fã, um deles é o Alta Definição em que o Daniel Oliveira
é mais de que um entrevistador, e tem tido lá pessoas fabulosas uma delas foi a Helena Sacadura Cabral
gosto muito dela ,admiro-a e tem um sentido de humor fabuloso. Deixo-vos aqui a entrevista dela
que foi feita poucos dias antes da morte do filho dela Miguel Portas

Além da entrevista foi também uma homenagem às mães pois uma retrospectiva dos vários convidados que
por lá passaram

http://sic.sapo.pt/skins/sic/gfx/jwplayer/player.swf

antónio pinho vargas ou tittytainment

Hoje chamaram-me à atenção do texto que passa a transcrever:

“Sabem o que é o conceito de “tittytainment”? Estamos sempre a aprender. É o tratamento “cultural” que decidiram dar-nos para nos tornarmos eternos adolescentes embrutecidos.
Diz-nos Anselm Jappe: “Em 1995 reuniu-se em S.Francisco o primero “State of the World Forum”, no qual participaram cerca de quinhentas pessoas mais poderosas do mundo (entre outros, Gorbachev, Bush Junior, Thatcher, Bill Gates……) para discutirem a seguinte questão: o que fazer no futuro com os oitenta por cento da população mundial que deixarão de ser necessários para a produção?
Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro do Presidente Carter, teria então proposto como solução aquilo a que chamou “tittytainment“: às populações “supérfulas” e potencialmente perigosas em virtude da sua frustração, seria destinada uma mistura de alimento e entretenimento, de “entertainment” embrutecedor, para se obter um estado de letargia feliz semelhante à do recém-nascido que bebeu leite materno do seio (tits em jargão americano) materno.
Por outras palavras, o papel assegurado tradicionalmente pela repressão – enquanto estratégia para evitar conflitos sociais – passa a ser em larga medida acompanhado pela infantilização. A relação entre a economia e a cultura não se limita portanto à instrumentalização da cultura pela economia […] A relação entre a fase actual do capitalismo e a fase actual da “produção cultural” é ainda mais directa. Existe um isomorfismo profundo entre a indústria de entretenimento e a deriva do capitalismo para a infantilizaçao […] O enorme desenvolvimento da indústria de entretenimento é simultaneamente causa e consequência da proliferação do narcisismo. Assim esta indústria é uma das principais responsáveis pela verdadeira “regressão antropológica” para a qual nos arrasta o capitalismo”. […] Este capitalismo pós-moderno representa a única sociedade da história a ter promovido uma infantilização em massa dos seus membros e uma des-simbolização [ na qual se baseava a educação tradicional] em larga escala. Assim tudo contribui para manter o ser humano numa condição infantil: da banda desenhada à televisão, das técnicas de restauro das obras de arte antigas à publicidade, dos jogos de video aos programas escolares, dos desporto de massa aos psicotrópicos, da Second Life às exposições nos museus, tudo concorre para a criação de um consumidor dócil e narcisista que vê no mundo inteiro uma extensão de si próprio, governável através de um clique de rato.
A pressão contínua dos mass media e a eliminação contemporânea tanto da realidade como da imaginação, preteridas em função da reprodução chã do existente, […] a desvalorização contínua do que outrora constituía a maturidade das pessoas e do que fazia o encanto da criança, substituídas por uma eterna adolescencia retardada.” [103-105] Justifica-se amplamente a leitura desta conferência sobre Economia e Cultura no seu todo. A análise e os dados que Jappe apresenta são muito ricos. NO caso da reunião referida aquilo que nos parece na nossa inocência, resultado da mera evolução dos media face à cultura não é apenas resultado da busca de lucro, é afinal objecto de decisões e reuniões internacionais cujas decisões têm um papel crucial da criação de cidadãos submissos em que nos tornámos.
in Jappe, Sobre a Balsa da Medusa: ensaios acerca da decomposição do capitalismo, [2008, conferência no México]
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Enquanto Mãe, torna-se minha obrigação ensinar os meus filhos a apreciarem a vida, a natureza, os prazeres do dia-a-dia, mas enquanto Mãe do século XXI, sou obrigada a reconhecer que eles ficam felizes se passarem o dia em frente a um monitor, qualquer que seja ele. É verdade que se lhes apresentar uma alternativa, do género: um passeio de bicicleta, um piquenique, um jogo do Monolólio, uma leitura de um livro, eles alegremente aderem, mas a vida não me permite muitos tempos de lazer.
Cada vez mais os jovens, as crianças, estão habituados ao facilitismo, à proximidade da informação, através de um clique, através de um telefonema. Perdem-se os hábitos de trabalho, a vontade de aprender e melhorar. Perde-se a vontade de partilhar, de conversar, de ouvir. Tudo é instantâneo, tudo é simples. No entanto, esse tudo é também assustador.
Longe vai o tempo em que a minha Mãe e os irmãos brincavam ao “mata”, com uma bola de trapos e meias. Longe vai o tempo em que eu e os meus primos nos divertiíamos com um clube inventado por nós mesmos. Fazíamos festas de Natal, de Carnaval, até editavamos um jornal, julgo que mensal, que depois vendíamos à família.
Hoje em dia, nos (poucos) convívios de família, tenho de obrigar os meus filhos a deixarem as Nintendo’s e as PSP’s em casa, caso contrário veria uma série de primos juntos, cada um a olhar para o seu ecrã.
Os tempos modernos são fantásticos, mas as minhas saudades ficam pelos antigos…

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