greve geral

Amanhã, pela primeira vez, não vou fazer greve.

Tenho-as feito todas, sou aquilo a que se chama uma verdadeira contestatária. Sempre achei que as pessoas ganharam o direito a se manifestarem e que o devem utilizar. Sempre acreditei que os sindicatos defendem as pessoas e sempre confiei no meu. Nada mudou, até aqui. A diferença, agora, é que estou cansada. Saturei-me, com a inércia a que venho assistindo desde há muito. Inércia por parte de quem, tal como eu, trabalha e tem os mesmo motivos para se manifestar. Ao longo desta luta, na defesa da minha disciplina, que está a ser fortemente atacada (foi mesmo escolhida como um alvo a abater), vi muitos colegas que, como eu, estão a ser ameaçados. E vi que, praticamente todos, se mantinham do lado de fora. Não se metiam, as manifestações e as greves não são para eles, acham que não são uma forma boa de luta. Então qual é?, perguntei-lhes. Fiquei sem resposta. É, simplesmente, mais fácil acomodar, deixar andar e depois aceitar o que vier. A verdade é que provavelmente as greves e manifs não dão em nada, mas provavelmente, se não tivéssemos feito as anteriores, estávamos ainda pior.

Em suma, não vou fazer greve porque estou simplesmente cansada, esgotada, pessimista e, neste momento, já perdi a força para sonhar. E sim, os 60€ que ia perder fazem-me falta, mas não é por aí, acreditem que não!

Fica aqui uma música especial, para que a vontade de ser optimista regresse, tal como, há algumas, décadas foi necessário.

Sindrome de Down

É engraçado, estava-me a preparar para fazer um post sobre o começo da Primavera, o Dia Mundial da Árvore, mas reparei que amanhã é, também, o Dia Mundial do Sindrome de Down. E, de repente, o chilrear dos pássaros e o verde das plantinhas que estão a nascer perdeu importância. Como falar do dia de amanhã com algo tão mais importante como são as crianças com Sindrome de Down? E, quem diz as crianças, diz os adultos, claro!

Já tive alguns alunos com este sindrome. Tenho de admitir que não tornam a turma mais fácil, mas que são um constante desafio, capazes de uma teimosia tremenda, de um feitio jeitoso, mas também capazes de maravilhosas alegrias, com cada sorriso ganho e cada desafio vencido. É um privilégio poder lidar com estes miúdos, tão especiais. Cada olhar enche uma pessoa de uma riqueza que não igualável. Cada abraço, sim, porque são muitos, aquece o coração. E pensar na partilha que fazem com os colegas, nesta “escola” que se pretende inclusiva, é pensar no enriquecimento que todos os dias dão, mostrando que todos diferentes, somos todos iguais.

É um prazer lidar com miúdos assim tão especiais! Fico feliz por já ter tido essa oportunidade.

que fiasco!

Mas onde ando eu com a cabeça, canudo??? O Dia do Pai chegou tão a correr que esta desnaturada não comprou prenda nenhuma :( É que nem tempo tive para raciocinar que isso dependia de mim! Os miúdos passaram o fim de semana com o Pai, por isso nem deu para preparar nada com eles… Shit!!! Nem prenda para o Pai verdadeiro, nem prenda para o Pai emprestado, que coisa mais triste. E, já agora, tenho de confessar que só hoje liguei para o meu Pai. Shit, shit, shit! Acho que tenho tanto na cabeça, tantas pontas soltas, tantas meadas, que as coisas que realmente importam passaram para segundo plano. Ora foram uma série de assuntos para resolver cá em casa, ora foi o jantar de mulheres que fiz no sábado, ora foi o prazer da pasmaceira, ora o trabalho na escola, a verdade é que este pequeno grande pormenor das prendas para o Dia do Pai fugiu completamente da minha cabeça. Acho o Tico e o Teco andam desencontrados :S

Mas, agora, já tenho um plano para compensar!! Resolvi adiar o Dia do Pai para o próximo sábado ihihih Vou preparar uma surpresa para o maridão, assim alguma coisa inesperada. Não posso dizer qual, porque sei que, desde há algum tempo, ele é leitor assíduo do blog, mas na devida altura escreverei sobre o dia ;)

Imaginem um sorriso maroto, é assim que a minha cara está ;P

dia do pai

O Dia do Pai, este ano, apanhou-me desprevenida. Chegou a correr, sem me dar tempo para me preparar… E, quando digo preparar, quero dizer comprar as prendas para os pais todos: o meu, o dos miúdos e o outro pai dos miúdos que, como eu costumo dizer, têm a a sorte (ou azar) de terem 2 pais ;)

Tenho, mais uma vez, de quebrar a cabeça a pensar em prendas, abrir a carteira para pagar com cartão de crédito que o mês vai longo e arranjar tempo para tudo isso. Vamos ver como se resolve, não vou stressar como o costume, vou tentar fazer tudo com calma, nem que, para isso, tenha de mudar o Dia do Pai para o  fim de semana que vem e fazer um jantar :)

Adorei esta imagem!!!

regrets

A minha amiga Camellia falou-me, no jantar que fizemos juntas, de um artigo que uma enfermeira tinha publicado sobre as coisas de que as pessoas mais se arrependiam de não ter feito antes de morrer. Aqui fica o artigo. Curiosamente, as respostas não são, de todo inesperadas, embora sejam muito interessantes.

A nurse has recorded the most common regrets of the dying, and among the top ones is ‘I wish I hadn’t worked so hard’. What would your biggest regret be if this was your last day of life?

There was no mention of more sex or bungee jumps. A palliative nurse who has counselled the dying in their last days has revealed the most common regrets we have at the end of our lives. And among the top, from men in particular, is ‘I wish I hadn’t worked so hard’.

 Bronnie Ware is an Australian nurse who spent several years working in palliative care, caring for patients in the last 12 weeks of their lives. She recorded their dying epiphanies in a blog called Inspiration and Chai, which gathered so much attention that she put her observations into a book called The Top Five Regrets of the Dying.

 Ware writes of the phenomenal clarity of vision that people gain at the end of their lives, and how we might learn from their wisdom. “When questioned about any regrets they had or anything they would do differently,” she says, “common themes surfaced again and again.”

 Here are the top five regrets of the dying, as witnessed by Ware:

 1. I wish I’d had the courage to live a life true to myself, not the life others expected of me.

 “This was the most common regret of all. When people realise that their life is almost over and look back clearly on it, it is easy to see how many dreams have gone unfulfilled. Most people had not honoured even a half of their dreams and had to die knowing that it was due to choices they had made, or not made. Health brings a freedom very few realise, until they no longer have it.”

 2. I wish I hadn’t worked so hard.

 “This came from every male patient that I nursed. They missed their children’s youth and their partner’s companionship. Women also spoke of this regret, but as most were from an older generation, many of the female patients had not been breadwinners. All of the men I nursed deeply regretted spending so much of their lives on the treadmill of a work existence.”

 3. I wish I’d had the courage to express my feelings.

 “Many people suppressed their feelings in order to keep peace with others. As a result, they settled for a mediocre existence and never became who they were truly capable of becoming. Many developed illnesses relating to the bitterness and resentment they carried as a result.”

 4. I wish I had stayed in touch with my friends.

 “Often they would not truly realise the full benefits of old friends until their dying weeks and it was not always possible to track them down. Many had become so caught up in their own lives that they had let golden friendships slip by over the years. There were many deep regrets about not giving friendships the time and effort that they deserved. Everyone misses their friends when they are dying.”

 5. I wish that I had let myself be happier.

 “This is a surprisingly common one. Many did not realise until the end that happiness is a choice. They had stayed stuck in old patterns and habits. The so-called ‘comfort’ of familiarity overflowed into their emotions, as well as their physical lives. Fear of change had them pretending to others, and to their selves, that they were content, when deep within, they longed to laugh properly and have silliness in their life again.”

 What’s your greatest regret so far, and what will you set out to achieve or change before you die?

É, sem dúvida, um artigo muito interessante, que nos lembra bem das prioridades que tantas vezes, na rotina do dia a dia, esquecemos. Aqui fica o link, para se quiserem ler a versão original.

Este é o link directo para o site: http://www.inspirationandchai.com/

Deixo também, aqui, um vídeo, desse grande senhor que é o Frank Sinatra. Não é a minha versão preferida desta música, mas tem a letra e isso, hoje, pareceu-me mais relevante.

 

jantar de mulheres, o dia seguinte

O jantar de sábado foi giríssimo! Definitivamente, a repetir, sempre que possível.

Éramos apenas 3, tal como havia previsto, mas divertimo-nos imenso. Tagarelámos a noite toda, rímos, comemos, bebemos, foi o máximo! Experimentámos o vinho da quinta, fantástico, uma outra bebida fabulosa, com vilho do porto branco e água tónica, da qual eu não sei o nome, mas que adorei.

Começámos com umas entradas de queijo freco com oregãos e azeite e Camembert com coentros e alho (divinal !, no final eu ponho a receita). Logo a seguir chegou o jantar, um bacalhau com natas que uma menina amorosa da Come e Casa foi entregar lá a casa. Estava óptimo, fiquei fã. Aliás, só de pensar nisso fico cheia de apetite! Se calhar também é porque ainda não tomei pequeno-almoço… Adiante! A sobremesa era deliciosa, parabéns à cozinheira! Um gelado de leite condensado, com um aroma a limão… hummm! Pena que a minha constipação / alergia não tenha dado para saborear mais os alimentos…

Depois do jantar deliciámo-nos a ver álbuns de fotografias antigas. A Camelia tinha ido carregadíssima com uma tonelada deles, eu tinha alguns em casa. É tão engtraçado revermos o que já fomos e ver os outros tão mais novinhos… Para a próxima já há pretexto para o jantar, vamos ver os álbuns da Huggy :D

O engraçado, no meio da conversa toda, é que a nossa faceta de mães quase não veio ao de cima. Falámos de filhas, claro, mas muito menos do que seria de esperar num jantar de mães de raparigas que, além de andarem na mesma turma, são amigas. Quanto ao resto dos assuntos, são de quem esteve naquela mesa, naquele dia ihihih

Aqui fica uma das receitas das entradas:

Quejo Camembert com coentros e alho

Com uma faca, abrir uma tampa no queijo, mais ou menos como se faz com o queijo da serra. Usando o almofariz, esmagar 2 dentes de alho e umas folhas de coentros frescos. Colocar a pasta dos coentros e alho no queijo, no sítio onde se retirou a tampa. Tentar, com um garfo, enfiar a pasta no interior do queijo, mas sem grandes preocupações, fica bom na mesma. Colocar no micro-ondas durante apreoximadamente 2 minutos. Está pronto a servir. Não pode haver mais fácil e resulta mesmo bem!

Sinceramente, já estou cheia de vontade de fazer outro jantar :))))

Aqui fica uma fotografia que encontrei no google, não é exactamente igual, mas fica parecido.

jantar de mulheres

Lembrei-me de fazer, cá em casa, um jantar de mulheres, de mães, de esposas, irmãs, filhas, de tudo e tudo e tudo.

Porque, de vez em quando, temos de desopilar e esquecer que somos tudo isso, achei que um jantar só de mulheres seria excelente.

Aproveitei que os miúdos estão em fim de semana de pai, corri com o maridão para um jantar com os seus amigos homens et voilá, aqui estou eu a preparar-me para uma noite só de mulheres, com muita tagarelice e boa disposição. Provavelmente falaremos também da nossa condição humana, de sermos mães e esposas, mas, acima de tudo, não estaremos a vestir esses uniformes. A conversa fluirá ao som de um bom copo de vinho, ou Coca-Cola, para quem quiser, e o jantar vem feito, entregue em casa, para que também o avental não seja usado.

Inicialmente éramos 5, eu, a Butterfly, a Camellia, a Huggy e uma outra amiga que não faz parte deste grupo da blogosfera. Essa amiga precisou, neste momento, de vestir a roupa de mãe e aproveitar o pouco tempo para estar com os filhotes, o que eu acho que é sempre bom. A Butterfly tem uma jantarada marcada e não pode vir, espero que se divirta imenso, está a precisar! E merece!! Por isso vamos ser só 3, moi, a Camellia e a Huggy. Convidei a minha melhor amiga para vir também, mas provavelmente o trabalho vai retê-la em casa. Espero que não!

Acima de tudo, vai ser giro :) Sem stresses, sem cerimónias, apenas um grupo de amigas que olham de frente para a vida, que sabem o que temos de enfrentar diariamente e que querem one night off. :D Um verdadeiro “jantar de gajas”!

homens

Poema aos homens constipados – Lobo Antunes
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
 Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer
António Lobo Antunes
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)

 

É de mim, ou são os homens uns pieguinhas? Tenho uma teoria: se estiverem com uma unha encravada, são incapazes de lavar os dentes! ;)

Alguém nos ajudeeeeeeee!! A nós, mulheres, of course! :P

200 post’s

Epá, tinha de fazer este post, então não é que este é o post número 200? Acho que estamos de parabéns, é como um bebé que nasce e faz uma semana :)))

Até aqui tem sido uma caminhadazita muito agradável e gratificante. Com partilhas fantásticas que quem se dá ao trabalho de nos ler tem feito, com uma troca de experiências, de tudo e de nada, tal como havíamos projectado. Estou a adorar este projecto, a possibilidade de vir aqui dizer o que me vai na alma, desde a maior patetice, até à maior doidice, passando por alguns momentos de lucidez, mas apenas alguns eheh

Esperemos que, depois destes 200, venham muitos mais :))))

alergias ou constipação?

Essa é uma dúvida que eu vou ter de resolver, de uma forma ou de outra. Tenho o nariz completamente entupido, respirar é coisa que já não faço há algum tempo, quer dizer, pelo nariz, salvo seja! Será que aos 40 me aparecem as alergias??? Que medo!!!

Primeiro foi um animalzinho que arranjámos cá para casa e que fomos obrigados a dar porque, a certa altura, ou era ele ou eu. Já não respirava, parecia que tinha mil gatos dentro de mim, tal era a chiadeira. Passava as noites nisto, muito tinha de aturar, o maridão. Era remédios, análises, até que, com a saída do bichinho, tudo se compôs. E o meu medo é que a minha recente alergia a alguns animais se tenha alastrado, qual varicela, à Primavera e aos pólens… Será? Seja como for, respirar e comer não está a ser fácil, falar, pelo meio, ainda mais difícil. Que mau! Mas, no meio disto tudo, recebo uma mensagem no telemóvel que diz assim: “Bom dia!!! O teste correu-me beeeem. Bom dia meu amor!”. A minha filha está feliz, é o que interessa, venham de lá essas alergias que, com elas, posso eu bem! :)))

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